Nos últimos anos, a forma como equilibramos o trabalho e a vida pessoal passou por uma transformação significativa, refletindo as mudanças culturais, tecnológicas e sociais que se foram instalando nas nossas vidas. Evoluímos de uma mentalidade de work-life balance para modelos mais fluidos, como é o caso do work-life integration e mais recentemente para o work-life blended.
Os modelos de trabalho foram-se alterando de forma significativa, mas, ainda assim as organizações estão novamente a impor um regresso ao escritório, tornando-se este num dos maiores desafios enfrentados pelas empresas e colaboradores atualmente.
O work-life blended é nos dias de hoje, o modelo principal nas organizações porque vai para além da integração, propondo uma fusão mais profunda entre o trabalho e a vida pessoal enquanto algo natural e contínuo. Surge como a nova resposta aos modelos de trabalho até então estabelecidos e sugere uma mudança de mentalidade significativa: as pessoas procuram um equilíbrio entre as suas necessidades pessoais e profissionais de forma orgânica e adaptável, aproveitando ao máximo o tempo e os recursos disponíveis.
Apesar deste ganho significativo no mundo laboral, muitas empresas estão a pressionar os colaboradores a retornarem aos escritórios, em parte devido à ideia de que o trabalho presencial melhora a colaboração, a cultura organizacional e a produtividade.
Este retorno é visto como uma forma de restaurar o que foi perdido com o trabalho remoto, mas, no entanto, as opiniões dos colaboradores não se manifestam da mesma maneira. Enquanto as organizações argumentam que o trabalho presencial é essencial para a inovação e o espírito de equipa, muitos trabalhadores consideram esta exigência um retrocesso, especialmente aqueles que já integraram a flexibilidade do trabalho remoto nas suas vidas.
O grande problema que esta mudança de paradigma traz consigo é o conflito entre o modelo de work-life blended com a pressão do retorno ao escritório, pois a flexibilidade que ele proporciona é justamente a grande vantagem do trabalho remoto/híbrido.
“É importante ouvirmos quais são as necessidades dos trabalhadores, sendo que 50% não se sente confortável com o retorno ao modelo presencial total. A grande maioria quer continuar com algum grau de trabalho remoto ou híbrido e é necessário que as chefias tenham isso em consideração se quiserem continuar a fazer crescer a sua organização”, disse David Ferreira, Country Head Portugal da Robert Walters.
Para além da perda de flexibilidade, outro ponto de tensão relevante está relacionado justamente com a produtividade e a performance. Algumas empresas defendem que a produtividade aumentou com o trabalho remoto, mas a pressão para voltar ao escritório é justificada pela crença de que a presença física melhora o desempenho das equipas. No entanto, muitos estudos mostram que, para uma grande parte da força de trabalho, o trabalho remoto ou híbrido não afeta a produtividade e pode, na verdade, aumentá-la devido ao melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
“A resistência ao regresso ao escritório está a crescer, especialmente entre os mais jovens com 61% dos trabalhadores da geração millennial e 55% da geração Z a preferirem trabalhar remotamente ou num modelo híbrido, sendo que uma parte significativa desses trabalhadores não está disposta a retornar ao escritório em tempo integral” diz David.
Algumas empresas estão a tentar equilibrar estas reivindicações ao adotarem modelos híbridos, permitindo aos colaboradores usufruir de alguma flexibilidade, mas com a oportunidade de interagirem pessoalmente quando necessário. Outras organizações optaram por retornar totalmente ao trabalho presencial, especialmente em setores que dependem da interação física constante e que estão a enfrentar resistência por parte dos seus funcionários, que valorizam cada vez mais, a autonomia e a flexibilidade adquiridas.
Organizações que consigam adotar uma abordagem flexível e híbrida, respeitando as necessidades e preferências dos seus colaboradores, estarão mais bem posicionadas para prosperar, promovendo um ambiente de trabalho saudável e atraente para os talentos do futuro. A chave para o sucesso será, portanto, a adaptação constante às novas realidades e a criação de modelos de trabalho que integrem tanto a necessidade de colaboração física quanto a flexibilidade exigida pelas novas gerações.
Ou dito de outra forma: 57% das mulheres trocariam de emprego por uma política de maternidade mais atraente. Isso fica claro pelo menos no estudo Estratégias para Talentos Sustentáveis, Diversidade de Género e Liderança, realizado pelo Grupo Robert Walters. Estamos na segunda década do século XXI, m
Ler maisEstá com dificuldades em reter talento na sua empresa? As mulheres que regressam ao mercado de trabalho depois de uma pausa na carreira são recursos muito valiosos para as companhias, preenchendo faltas de competências específicas e aumentando a diversidade. O que procuram elas quando regressam, e c
Ler maisEpisode 5: Raquel partilha o seu percurso profissional, desafios que enfrentou ao longo da sua carreira e deixa alguns conselhos às jovens que estão a ingressar no mundo do trabalho. Confira os outros episódios do Mulheres na Liderança Podcast Series.
Ler maisUsando uma combinação dos dados da nossa equipa de Inteligência de Mercado, informações disponíveis publicamente e o conhecimento dos nossos especialistas em recrutamento, criamos relatórios de salary benchmarking sob medida para atrair os melhores talentos.