Já não se trata apenas de salários: cada vez mais, os profissionais exigem benefícios não monetários para continuar em seu atual empregador.
Confrontadas com a concorrência para os melhores talentos e o aumento de contraofertas, as organizações procuram constantemente estratégias para serem mais competitivas no mercado e reter talento. Partilhamos algumas ideias que podem ser implementadas em qualquer tipo de empresa.
"Os colaboradores procuram organizações que possam proporcionar experiências para além do trabalho, que lhes ofereçam flexibilidade, equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal e onde a cultura organizacional esteja alinhada com os seus planos e visão", diz Ana Viñas, Diretora de RH da Robert Walters Iberia, Itália e LATAM.
Saúde e bem-estar
Com o teletrabalho, as pessoas trabalham 28 horas extras por mês, de acordo com um inquérito da Fundação para a Saúde Mental e do LinkedIn; Isto fez com que o risco de burnout aumentasse significativamente. Os colaboradores valorizam as organizações que promovem o bem-estar e 60% dos colaboradores esperam um melhor equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal.
Soluções:
Seguro de Saúde: Negociar cobertura adicional ou fazer alianças com entidades do plano de saúde que ofereçam apoio médico, nutricional e psicológico.
Lanches e comida: Crie pacotes semanais com lanches saudáveis ou, se possível, considere abrir uma cafetaria.
Vouchers de bem-estar: Algumas organizações têm um orçamento mensal que os colaboradores podem gastar numa atividade à sua escolha, como comprar equipamentos desportivos, aulas de desporto, yoga, entre outras.
Estilo de vida
Mobilidade internacional: Para as novas gerações, ter experiência profissional noutro país é uma das suas prioridades. Se uma empresa tem escritórios noutros países, é aconselhável criar planos de câmbio.
Viagem de reconhecimento: e se as melhores performances forem reconhecidas com uma viagem? Por exemplo, a empresa de consultoria Robert Walters realiza uma convenção global anual onde as melhores performances são premiadas, com uma viagem a Las Vegas, Tailândia ou Miami.
Teletrabalho e flexibilidade: 88% dos colaboradores esperam uma maior flexibilidade por parte dos líderes da sua organização. Se pudessem escolher, 13% prefeririam não ir ao escritório e permanecer num regime de teletrabalho, 26% gostariam de ir 2 dias por semana, 27% 3 dias, 30% iriam um dia e apenas 4% concordariam em participar 5 dias por semana.
"A pandemia demonstrou que existem e haverá outras formas de trabalhar, onde o reconhecimento e a confiança, a definição de objetivos claros e flexibilidade são elementos importantes para a construção da relação de trabalho entre ambas as partes", explica Ana Viñas.
Dias de folga: Muitas organizações concedem aniversários ou eventos familiares como dias de folga.
Impacto na sociedade
Para os colaboradores, é cada vez mais importante que o seu trabalho tenha maior propósito e impacto. Como é que as organizações se podem adaptar aos valores dos seus profissionais?
Associações com ONG: É aconselhável consultar a equipa que causa são mais importantes para elas e procurar organizações para as quais possam contribuir, seja com atividades como voluntariado ou donativos.
Reciclagem: Incentivar a equipa a ter uma cultura de reciclagem, partilhamento de informações e organização de recipientes para reciclagem é essencial para muitos profissionais.
No desenvolvimento
Aulas linguísticas: Incluir aulas durante o horário de trabalho no grupo de benefícios organizacionais, onde os colaboradores podem aprender línguas.
Coaching e mentoria: Dependendo da posição e do desenvolvimento profissional, pode encontrar mentores internos ou externos que possam contribuir para o desenvolvimento profissional.
"As organizações precisam de inovar e ser criativas com propostas de valor. Ouvimos falar de atividades que as empresas estão a organizar, como um dia de futebol num estádio ou a jogar videojogos nos filmes. As experiências que podemos oferecer aos profissionais dentro de uma empresa devem ajudar a impulsionar o seu crescimento profissional, mantendo ao mesmo tempo um equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal. Desta forma, terão um maior compromisso com a empresa", conclui Ana Viñas.
