Está a pensar mudar de país para desenvolver a sua carreira? Aqui está tudo o que precisa de saber.
Ter experiência internacional pode fazer maravilhas na progressão da sua carreira. Com ajuda dos nossos especialistas, vamos falar sobre alguns aspectos-chave a ter em conta se estiver a planear mudar-se para o estrangeiro. Acima de tudo, mantenha uma mente aberta, tenha em conta as opiniões dos seus amigos e familiares, e prepare-se para uma mudança a vários níveis.
Uma pergunta-chave que deve fazer a si próprio é: quero mudar de país por causa da minha carreira, ou para mudar o estilo de vida? Se gosta da ideia de trabalhar durante o dia e ir directamente para a praia a seguir ao escritório, então uma mudança de Londres para Sydney pode fazer sentido. Por outro lado, se vive em Lisboa, isso já pode ser garantido.
No entanto, uma mudança deste tipo não faz necessariamente grande diferença em termos de progressão de carreira.
Se o seu principal interesse for ter uma experiência internacional como forma de acelerar a sua trajectória de carreira, é importante procurar além dos destinos mais óbvios. Ou seja, se for para algum sítio que já tem uma boa reputação, o mais provável é que tenha muito mais competição, sendo mais difícil de conseguir resultados. O melhor é aventurar-se e considerar mudar-se para um mercado emergente, como Tailândia ou Filipinas. Aqui, o mercado não é tão maduro, porém há menos competição e mais oportunidades – para não falar de uma cultura local interessante.
Num mercado emergente, pode fazer parte de uma equipa nova e mais pequena, talvez mesmo ajudando a começar a operação do zero. Desta forma, terá um perfil muito mais interessante, com maiores níveis de responsabilidade, e vai desenvolver a sua experiência e especialização muito mais depressa.
Muitas pessoas sentem-se atraídas por localizações com mais glamour e estilo de vida vibrante e dinâmico, como Londres, Tóquio, Singapura ou Nova Iorque, mas, em cidades destas, a probabilidade de ser apenas mais um peixe no mar é enorme. Se for uma pessoa ambiciosa, a vida numa destas cidades não será suficiente a longo-prazo. Aposte em territórios onde tenha mais potencial para crescer e avançar.
Dependendo de onde viver actualmente, as suas opções para uma mudança internacional podem estar limitadas pelo seu passaporte e opções de visto. Muitas pessoas querem mudar-se para aqui e para ali, no entanto, sem acesso a um visto, as suas opções podem ficar restringidas a alguns destinos. Assim, comece por pensar: “Que passaporte tenho, e onde posso realmente ir? Quão fácil seria assegurar os documentos necessários para realizar a minha mudança de sonho?”
Quando souber quais são as suas limitações, pode começar a pesquisar e planear de forma muito mais realista.
Aposte em territórios onde tenha mais potencial para crescer e avançar.
Se estiver a pensar candidatar-se a uma carreira internacional dentro da sua empresa, utilize o seu departamento de recursos humanos ou equipa de desenvolvimento de talento. Peça-lhes aconselhamento relativamente a uma possível mudança internacional, e que tipo de progressão de carreira poderia esperar dentro da organização como resultado dessa mudança.
Talvez tenha estado de férias em Londres, Hong Kong ou Melbourne, e, embora isso lhe possa ter dado uma boa noção do lugar, é preciso ter muito mais conhecimentos para tomar uma decisão informada relativamente a uma mudança para o estrangeiro. Como é o mercado de trabalho nesse país ou cidade, com que frequência surgem novas oportunidades, e quão móvel é? Quanto precisaria de ganhar para poder pagar o essencial, incluindo renda, alimentação, transportes, etc.? Quantas horas por semana iria trabalhar?
Um bom recrutador pode aconselhá-lo sobre estes temas. Se for uma consultora de recrutamento especializado a nível global, pode ser ajudado numa mudança internacional antes de partir e assim que chegar.
Se o seu plano é ir para fora trabalhar alguns anos e depois regressar ao seu país de origem, procure assegurar que não está a candidatar-se a ofertas e postos demasiado limitados, que corram o risco de se tornarem obsoletos, ou que simplesmente não tenham procura no mercado de trabalho de origem. Tente não exercer uma função tão especializada localmente que não tenha equivalência quando regressar, o que resultaria num passo atrás na sua carreira por não haver um trabalho equivalente em casa.
Em postos mais técnicos e digitais, IT, marketing digital e e-commerce, as competências são frequentemente bastante transferíveis e constantemente necessárias, mas em áreas legais, de risco e compliance é preciso ter algum cuidado. As leis locais, por exemplo relativamente à privacidade dos dados, terão algo equivalente em qualquer território, porém algumas legislações são tão específicas a um determinado país que não se poderiam transferir a mais nenhum sítio.
Tente não exercer uma função tão especializada localmente que não tenha equivalência quando regressar, o que resultaria num passo atrás na sua carreira por não haver um trabalho equivalente em casa.
Não é só o destino de uma mudança internacional que muda a sua vida: a própria natureza do seu trabalho pode sofrer alterações. Ser um gerente de uma equipa de 40 pessoas já bastante funcional num mercado estabelecido, como é o caso de Frankfurt, onde os vários sistemas e estruturas funcionam e todo o tipo de tarefas e responsabilidades estão delegadas, é completamente diferente de ser o gerente de um novo escritório da sua empresa em Manila, por exemplo, onde tudo está a começar do zero e a sua equipa não está organizada. Numa situação deste tipo, tem de estar preparado para ser criativo, tomar várias iniciativas, e pôr as mãos na massa. É um desafio difícil em que nem toda a gente consegue ter sucesso. No entanto, se conseguir um resultado positivo, por exemplo ao atingir o objectivo da empresa de transformar uma equipa start-up numa unidade completamente operacional em apenas 12 meses, terá ganho uma experiência excepcional e melhorado largamente o seu atractivo para as empresas recrutadoras, tanto nacionais como internacionais.
O que as pessoas muitas vezes não têm em conta é o quanto vão sentir falta da sua família e amigos, e quão difícil pode ser a mudança para um novo país e cultura onde não se conhece ninguém. Esta sensação de ir para tão longe de casa pode ser muito poderosa, logo, ter um amigo ou conhecido já no terreno que possa ajudar na sua integração faz uma enorme diferença – mesmo nas coisas práticas do dia-a-dia, como onde ir ao supermercado ou ajudar na escolha da melhor rede móvel. Isto é especialmente verdade se estiver a pensar numa mudança mais permanente. Pense como pode construir e desenvolver essas relações com pessoas que já conhece no novo destino – mesmo que só conheça uma pessoa, isso já pode fazer toda a diferença depois de aterrar. Além disso, a tendência para se juntar a comunidades de pessoas da sua nacionalidade é comum e ajuda bastante, pelo que vale a pena pesquisar o que existe antes de ir.
Os candidatos costumam procurar ter uma experiência internacional quando são mais novos e menos estabelecidos na vida, e há boas razões para isso. Emigrar envolve uma grande mudança, e, se tiver um marido ou mulher e filhos, ainda se torna mais complicado, obrigando a ter em conta outros factores. Qualquer pessoa a considerar uma mudança internacional vai ter de equacionar o efeito dessa mudança nas pessoas mais próximas, e procurar assegurar que eles estão de acordo com os seus planos. Também vale a pena pensar qual a melhor forma de se manter em contacto com as pessoas de quem vai ter mais saudades.
Um candidato pode ter uma espécie de despromoção no papel, mas que deve ser vista como uma oportunidade de expandir horizontes e realmente compreender o trabalho, antes de avançar rapidamente para uma posição acima do seu cargo original
Não fique bloqueado em títulos de funções específicas se estiver a ver ofertas de emprego lá fora. Se quer realmente mudar e está a olhar para um cenário a longo-prazo, não se limite a tentar encontrar uma função equivalente à que tinha. Uma mudança de país envolve enfrentar o desconhecido em vários aspectos, e as empresas podem inclusivamente procurar minimizar o risco de errar ao contratar um estrangeiro, pelo que podem aconselhá-lo a começar um degrau abaixo daquilo que estava de forma a dar-lhe mais oportunidades de crescimento e de ter sucesso – quando isto é bem feito, pode mesmo dar frutos.
Um candidato pode ter uma espécie de despromoção no papel, mas que deve ser vista como uma oportunidade de expandir horizontes e de realmente compreender o trabalho, antes de avançar rapidamente para uma posição acima do seu cargo original.
Por vezes, é necessário fazer um movimento lateral na sua carreira ou mesmo dar um passo atrás enquanto prova o seu valor num novo mercado. Por exemplo, imagine que passa de uma função onde geria 50 pessoas para uma onde gere apenas 15 – isto não tem de ser algo negativo. Pelo contrário, dá-lhe oportunidade de se focar na nova cultura e ambiente de trabalho de forma mais simples. Além disso, se quiser ficar durante alguns anos, isto faz toda a diferença para o seu nome ficar conhecido no mercado e conseguir desenvolver-se profissionalmente.
Para além dos benefícios de progressão de carreira, trabalhar no estrangeiro dá-lhe a oportunidade de viver uma verdadeira experiência local de outro país. Assim, procure não se prender excessivamente aos seus colegas de trabalho e comunidade de expatriados para conseguir construir ligações mais alargadas. Aprenda a língua local e esteja aberto a novas experiências – nunca se sabe o que pode descobrir ou onde estas novas experiências e ligações podem levar mais tarde.
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