Avaliar por potencial e não apenas as skills atuais do candidato é uma aposta no sucesso das empresas a longo-prazo. Para isso, a tecnologia pode ajudar, mas não sozinha
As tecnologias de avaliação tiveram uma evolução contínua nos últimos anos, mas uma nova geração de fornecedores começou a entrar no mercado a partir de 2005. Estes ofereceram ferramentas que transcendiam as habilidades e a avaliação psicométrica, para apresentar uma compreensão mais holística da composição ou "impressão digital" de um candidato.
Porém, à medida que a tecnologia de avaliação evolui, põe-se a questão: o instinto e julgamento humanos ainda serão necessários? Se a tecnologia de avaliação pode ajudar a filtrar candidatos, será que podemos excluir totalmente os humanos do processo de seleção?
“A realidade da força de trabalho do futuro é que as empresas precisam do instinto humano para complementar os robôs e a inteligência artificial - e precisam disso agora mais do que nunca, principalmente tendo em conta que a criatividade, empatia e curiosidade serão as habilidades mais importantes, e aquelas mais difíceis de avaliar com tecnologia”, comenta Faye Walshe, Diretora de Inovação do Grupo Robert Walters.
O Departamento Global de Inovação do Grupo Robert Walters lançou um novo guia digital sobre como contratar com base em potencial na 4ª revolução industrial, que aborda os desafios, soluções e métodos para o sucesso dos recursos humanos na indústria 4.0.
Neste ecossistema de avaliação cada vez mais lotado, a tecnologia de avaliação pode ser amplamente subdividida e categorizada da seguinte forma:
Este tipo de avaliação foca-se no conhecimento técnico (geralmente através de perguntas de escolha múltipla) e habilidades técnicas (através de desafios ou cenários baseados em situações do trabalho). As versões mais avançadas permitem que os responsáveis de avaliação não só vejam a resposta dos candidatos, como também entendam como estes chegaram às suas conclusões, fornecendo insights sobre como abordam os problemas e constroem o seu processo de pensamento.
Compreender a capacidade de um candidato de fazer o trabalho para o qual se está a candidatar não é um desafio novo. Exercícios para avaliar competências necessárias para realizar uma função específica têm sido centrais nos centros de avaliação há décadas. No entanto, a tecnologia cada vez mais sofisticada permite que os recrutadores recriem cenários do local de trabalho muito realistas, como avaliação de voz para recrutamento em contact centers.
A gamificação das avaliações envolve a aplicação dos princípios de jogos ao processo de avaliação. Em vez de responder a várias perguntas de escolha múltipla ou testes escritos, os participantes jogam um jogo digital que os avalia potencialmente em milhares de pontos de dados. A natureza mais divertida dos jogos costuma gerar altas taxas de resposta dos candidatos. Isto, combinado com a credibilidade dos mesmos através de psicólogos, resultou numa ampla adoção deste tipo de avaliação nos últimos anos.
Muitas vezes mal compreendido, o ajuste cultural é a correspondência dos valores, comportamentos e objetivos essenciais de um candidato à cultura da sua empresa. A avaliação do ajuste cultural visa encaixar candidatos que tenham os mesmos valores e preferências que a sua organização (ou os valores e preferências que deseja que esta tenha no futuro). Sendo uma avaliação popular em empresas dinâmicas e com grande crescimento, alguns críticos questionam se esta abordagem pode perpetuar preconceitos (inconscientes ou não).
A nossa relação com o vídeo mudou no final de 2005 com a explosão do YouTube, que de repente nos permitiu interagir com vídeos como nunca antes. Por outro lado, o vídeo unilateral (onde um candidato é gravado a responder a um conjunto de perguntas que vão aparecendo no ecrã, sendo esta entrevista partilhada posteriormente com o recrutador) e o vídeo bidirecional (entrevistas em direto, essencialmente videoconferências) tornou-se possível no início dos anos 2000, mas largura de banda e hesitações culturais adiaram a sua verdadeira adoção até à década de 2010. Por seu turno, a Covid-19 foi responsável por outra mudança radical na adoção desta tecnologia para avaliação de candidatos.
A criatividade, empatia e curiosidade serão as habilidades mais importantes, e aquelas mais difíceis de avaliar com tecnologia
Também conhecida por testes de aptidão, a avaliação psicométrica testa a capacidade cognitiva ou a personalidade de um candidato. Estes são populares para as empresas que têm o objetivo de prever o potencial e/ou avaliar uma gama relativamente ampla de habilidades, desde cognição, conhecimento e personalidade.
Esta categoria funciona como um agregador para fornecedores e metodologias de avaliação mais tradicionais, incluindo típicas questões de escolha múltipla. Frequentemente, também inclui raciocínio verbal e numérico. Estas avaliações têm o benefício de serem comprovadas (e, portanto, validadas e verificadas), e por terem amplas bibliotecas, permitindo que as empresas implementem um único sistema de avaliações digitais para todo o tipo de funções.
Tradicionalmente, trata-se de uma avaliação que visa compreender e avaliar as habilidades, competências e características de um candidato. No entanto, à medida que as empresas vão lutando cada vez mais pelo talento com maior procura, passou a utilizar-se esta avaliação também como forma das organizações se relacionarem com os candidatos e promoverem a sua marca junto destes. Um exemplo disto é a utilização da tecnologia de realidade virtual (VR), que até o momento carece de validade e verificação convincentes, mas que tem funcionado e inspirado os candidatos.
O aumento da globalização, das forças de trabalho “nómadas” e o offshoring resultaram no aumento da utilização das avaliações linguísticas. Há muitos anos que se realizam testes de língua a profissionais de diferentes idiomas. No entanto, desde 2015, uma tecnologia cada vez mais sofisticada permite que os avaliadores não só entendam o vocabulário e a compreensão do candidato, mas também as suas habilidades de comunicação oral, incluindo sotaque e competências de discurso (partilhar e ligar ideias de forma coerente).
Criatividade, empatia e curiosidade são sem dúvida as habilidades mais importantes para a força de trabalho do futuro. Paradoxalmente, são também as habilidades mais difíceis de avaliar usando tecnologia de avaliação.
“A tecnologia anti-fraude pode assinalar plágio, mas ainda não é sofisticada o suficiente para avaliar a singularidade e criatividade da resposta de um candidato. É nesta fase que devem entrar os recrutadores e responsáveis de contratação com o instinto e capacidade de julgamento humanos – afinal, o recrutamento continua a ser, acima de tudo, um negócio de pessoas”, comenta Sally Martin, Global Head of Talent Acquisition do Grupo Robert Walters.
E-guide Contratar com base no potencial na 4ª Revolução Industrial
Neste guia realizado pelo departamento Global de Inovação do Grupo Robert Walters, exploramos o impacto da 4ª revolução industrial na aquisição de talento e como a sua organização se pode preparar para o futuro, contratando por potencial, em vez do conjunto de habilidades atuais do candidato. Analisamos também como uma "nova geração" emergente de tecnologia de avaliação pode ajudá-lo, como líder de negócios e de RH, a identificar, nutrir e reter o talento de que necessita para o futuro do trabalho. Solicite uma cópia gratuita aqui.
Como um profissional experiente com mais de uma década de experiência, sem dúvida, sua carreira se entrelaçou através de várias empresas e inúmeras funções. Mas como transmitir de forma convincente esta riqueza de experiência no seu CV para captar a atenção tanto dos recrutadores como dos líderes em
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