47% dos profissionais em Portugal consideram que os seus planos de carreira foram afetados pela pandemia

Os últimos dados relativos às expectativas para o mercado de trabalho em 2021 de empresas e profissionais, com base num estudo* realizado pela Robert Walters, consultora de recrutamento especializado para postos intermédios e diretivos a nível global, destacam algumas tendências essenciais:
Mudanças de emprego
67% dos profissionais em Portugal estão confiantes relativamente a oportunidades de emprego no seu setor. 35% dos profissionais a trabalhar atualmente já se encontram em busca de uma nova oportunidade de trabalho. Por outro lado, 17% irão começar a procurar uma nova oportunidade nos próximos meses, e apenas 20% dos profissionais inquiridos não desejam realizar uma mudança de emprego. Destes últimos, 47% estão felizes no seu posto atual e 53% entraram na atual empresa recentemente.
Expectativas salariais: 3 em cada 10 profissionais esperam aumento salarial em 2021
33% dos profissionais em Portugal pensam que poderão receber um aumento salarial este ano. Por outro lado, 43% consideram pouco provável terem algum incremento salarial em 2021 uma vez que a sua empresa realizou despedimentos (33%) ou porque a pandemia teve um forte impacto no negócio (26%).
Soft skills mais procuradas pelas empresas em 2021: trabalho em equipa e resolução de problemas
69% dos responsáveis de seleção estão preocupados com faltas de habilidades no seu setor, sendo esta escassez de talento especialmente aguda para profissionais mais sénior ou managers (69% e 21%, respetivamente). As soft skills mais procuradas pelas empresas para 2021 são:
- Trabalho em equipa – 59%
- Resolução de problemas – 52%
- Resiliência – 51%
- Pensamento crítico – 41%
- Habilidades de comunicação – 38%
Principais desafios à contratação: profissionais com expectativas salariais e de benefícios demasiado elevadas
62% dos responsáveis de seleção inquiridos referem que a principal dificuldade quando procuram novos profissionais para a sua empresa é o facto de os candidatos terem expectativas salariais e de benefícios demasiado elevadas, seguido de falta de experiência no setor (52%) e falta de soft skills essenciais (51%). Por outro lado, a falta de qualificações técnicas (28%) e uma elevada competição por candidatos (24%) são também fatores de dificuldade.
47% dos profissionais consideram que os seus planos de carreira foram afetados pela pandemia
A Covid-19 teve um impacto direto nos planos de carreira de 47% dos profissionais inquiridos, sendo este um impacto negativo para 32% e positivo para 15%. 42% dos profissionais não tinham certezas relativamente ao impacto da pandemia e 11% referem que esta não teve qualquer consequência nos seus planos de carreira. Para se adaptar ou superar este impacto, 40% dos profissionais consideram melhorar as suas qualificações e habilidades na sua área atual através de formações ou cursos académicos, 35% consideram aprender novas habilidades, 27% estão abertos a entrar num novo setor que complemente as suas habilidades transferíveis e 13% consideram abrir o seu próprio negócio. Finalmente, 11% dos profissionais inquiridos estão a pensar mudar de cidade ou mesmo de país.
33% dos profissionais em Portugal pensam que poderão receber um aumento salarial este ano
Muito embora 45% dos profissionais inquiridos tenham referido que a Covid-19 não lhes proporcionou nenhum tipo de oportunidade ou benefício profissional, 24% consideram que melhoraram a sua comunicação corporativa (apresentações, chamadas, videoconferências), 17% realizaram formações em novas áreas, 15% encontraram projetos mais desafiantes, 9% conseguiram trabalho num setor equivalente ao seu, 5% tiveram uma nova oportunidade num setor diferente e 4% melhoraram as suas habilidades comerciais.
42% dos profissionais desempregados atualmente referem que o seu despedimento se deveu a efeitos da Covid-19
Dos profissionais inquiridos, 70% conta com um contrato sem termo, 10% têm contratos a termo e 6% trabalham como freelancers. 14% dos inquiridos encontravam-se desempregados no momento do inquérito. Quando questionados sobre a causa do seu desemprego, 42% responderam que o seu despedimento se deveu à pandemia (reestruturações, fecho ou interrupção de negócio da empresa), 32% afirmam que o seu contrato foi terminado por motivos anteriores ou não relacionados com a Covid-19 (por exemplo, compra ou encerramento de uma empresa, finalização do meu contrato temporário, etc.) e 6% justificam que a automação, tecnologia ou novos sistemas no escritório substituíram a sua função.
6 em cada 10 profissionais sentem que as suas expectativas em relação à sua empresa atual mudaram em 2020
59% dos profissionais sentem que as suas expectativas gerais em relação à sua empresa mudaram no último ano, sendo que 88% das empresas inquiridas referem que as expectativas dos seus empregados relativas aos benefícios oferecidos pela organização podem ter mudado no último ano (como trabalho flexível, programas de bem-estar, etc.).
51% das organizações estariam abertas a modificar os seus pacotes de benefícios/programa de incentivos para que estejam mais alinhados com estas expectativas. Por outro lado, quando questionadas sobre qual seria o impedimento para mudar as vantagens e benefícios de trabalho da empresa, 75% referem uma cultura empresarial rígida/pouco flexível, 37% consideram que já oferecem benefícios/incentivos semelhantes (ou superiores) aos do seu setor/indústria, 31% referem falta de orçamento e 19% consideram que os diretores da organização preferem continuar a oferecer os benefícios/incentivos mais tradicionais.
Novos estilos de trabalho adotados em 2020 que os profissionais em Portugal gostariam de manter no futuro: horário flexível, teletrabalho, iniciativas de bem-estar
Das práticas de trabalho adotadas neste último ano, os profissionais em Portugal gostariam de manter a longo-prazo a possibilidade de horário flexível (57%); melhor uso de tecnologia, aplicações e ferramentas (50%); maior atenção ao bem-estar pessoal (ex.: fazer pausas regulares ao longo do dia, estabelecer prazos mais realistas - 45%); a possibilidade de poder trabalhar remotamente aproximadamente 50% do tempo (43%); mais colaboração entre diferentes departamentos (31%) e trabalho 100% remoto (30%).
51% das organizações estariam abertas a modificar os seus pacotes de benefícios/programa de incentivos para que estejam mais alinhados com estas expectativas
Práticas que as empresas consideram manter em 2021: maior investimento em tecnologia, políticas de saúde mental, formações e reduções do espaço do escritório
Por outro lado, as empresas inquiridas em relação às medidas que pensam manter em 2021 em resposta à Covid-19, 63% referem que irão realizar um maior investimento em tecnologias, aplicações e ferramentas, 40% pensam melhorar as políticas de saúde mental e bem-estar, 37% consideram oferecer mais cursos e formações aos seus empregados, 31% estão a pensar reduzir ou reconfigurar os espaços do escritório em 2021 e 29% irão realizar pausas ou limitações à contratação de pessoal (incluindo estágios, programas de trainee ou contratos a termo). 17% das empresas não irão realizar nenhum tipo de mudança.
Sobre o Salary Survey 2021
Ao longo de mais de 20 anos, empresas e profissionais têm confiado no Salary Survey da Robert Walters para os apoiar a tomar decisões importantes sobre os seus negócios e carreiras. Este ano, oferecemos-lhe ainda mais insights com a nova plataforma 100% digital do Salary Survey, dando-lhe acesso facilitado a todas as tendências salariais e de mercado que precisa de saber, onde quer que esteja. Para além de um guia compreensivo e dinâmico sobre salários para centenas de funções em 31 países, o nosso novo Salary Survey digital está repleto de ferramentas e recursos úteis tanto para responsáveis de contratação como profissionais em busca de uma nova oportunidade, incluindo as últimas tendências e análises para o seu setor e função, uma nova calculadora salarial com resultados personalizados, e vídeos dos nossos especialistas sobre o mercado de trabalho em diferentes setores.
*Sobre o estudo da Robert Walters para a pesquisa salarial global
A Robert Walters realizou em Dezembro de 2020 dois questionários globais a mais de 3,000 responsáveis de seleção e 15,000 profissionais de diversas áreas (banca, seguros, contabilidade, finanças, RH, tax, legal, IT, digital, marketing, vendas, engenharia, energia, indústria, supply chain, pharma, healthcare, biotech, real estate e infraestruturas, entre outros) em 31 países, com 100 respostas de empresas e 300 de profissionais em Portugal. Destes, a maioria reside em Lisboa, pertencendo principalmente a níveis de senioridade entre associado, mid-senior a diretivo. 64% são homens e 36% são mulheres, tendo na sua maioria entre 25 e 54 anos. 70% destes profissionais conta com um contrato sem termo, 10% têm contratos a termo e 6% trabalham como freelancers. 14% dos inquiridos encontravam-se desempregados no momento do inquérito.
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